O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é um transtorno neurobiológico que se caracteriza por dificuldades persistentes de atenção, impulsividade e/ou hiperatividade. A condição geralmente aparece na infância. No entanto, está cada vez mais comum pessoas adultas receberem o diagnóstico para o quadro.
De acordo com o médico psiquiatra Dr. Wendell Ribeiro Oliveira, embora frequentemente associado à infância, o TDAH pode persistir na vida adulta, na maioria dos casos, afetando cerca de 2 a 4% dos adultos conforme dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Como são os sintomas do TDAH em adultos?
Conforme o psiquiatra, os sintomas de TDAH em adultos são principalmente desatenção, disfunção executiva, inquietação motora, impulsividade e desregulação emocional.
“São pessoas que se distraem facilmente com estímulos internos e externos, como os próprios pensamentos, apresentam muitas dificuldades de planejar, executar e concluir tarefas prolongadas, adiando e interrompendo projetos pela metade com frequência”, explica o especialista.
Além disso, esses indivíduos comumente se sentem inquietos e entediados, mesmo quando tem tempo livre para relaxar. Também são pessoas com dificuldades de esperar a sua vez, e que interrompem a fala dos outros frequentemente, aponta Wendell.
“A desregulação emocional é uma face do TDAH que vem sendo mais estudada, porém ainda é pouco reconhecida. Adultos com TDAH podem ter dificuldades significativas em controlar suas emoções, resultando em reações intensas e repentinas, como explosões de raiva
Fatores ligados ao transtorno
O psiquiatra explica que o TDAH tem uma forte ligação genética. Portanto, pais de crianças diagnosticadas têm maior probabilidade de também apresentar o transtorno.
“A explicação mais aceita atualmente para a origem do TDAH é o modelo multifatorial, que envolve a interação entre fatores genéticos e ambientais. Acredita-se que a combinação de variantes genéticas de risco e condições desfavoráveis no ambiente pode desencadear o transtorno”, afirma.”, complementa o médico.
Além disso, há outros fatores que podem explicar a origem do TDAH. Wendell cita, por exemplo, alterações no córtex pré-frontal (que funciona como um maestro regulando a cognição); redes neurais ligadas a neurotransmissores, como dopamina e norepinefrina; e comportamentos e emoções.
O tratamento para adultos
O tratamento do TDAH em adultos envolve uma abordagem multimodal, que combina educação sobre o transtorno, cuidados com o estilo de vida, atividade física, alimentação, sono, psicoterapia e medicação, quando indicada.
“Medicamentos são comprovadamente eficazes e devem ser usados apenas com orientação médica. Ademais, manter uma rotina estruturada, estabelecer metas alcançáveis e praticar técnicas de gerenciamento de tempo são estratégias úteis no manejo do TDAH”, aponta o Dr. Wendell.
O psiquiatra lembra que adultos com TDAH podem enfrentar desafios significativos em áreas como trabalho, relacionamentos, desempenho, saúde mental e bem-estar geral, impactando a vida diária e social. Portanto, a busca por um tratamento é fundamental.
“É crucial reconhecer e compreender a complexidade do TDAH na vida adulta, a fim de promover diagnósticos precoces e intervenções adequadas. Com maior conscientização e suporte, é possível ajudar as pessoas com TDAH a gerenciar seus sintomas e melhorar sua qualidade de vida”, finaliza o médico.
(DA REDAÇÃO \\ Guth Gutemberg)
(INF.\FONTE: Milena Vogado \\ MSN)
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