Covid-19: Cientistas brasileiros descobrem como bloquear entrada do vírus nas células

Um fragmento de proteína sintetizado demonstrou ser capaz de proteger células pulmonares humanas contra a infecção pela Covid-19

Um grupo de pesquisadores brasileiros conseguiu sintetizar um fragmento de proteína que demonstrou ser capaz de proteger células pulmonares humanas contra a infecção pela Covid-19. Durante testes, a ação do peptídeo foi responsável por diminui a inflamação pulmonar em camundongos infectados pelo vírus.

Supercomputador foi utilizado para sintetizar proteína

  • De acordo com os cientistas, a descoberta representa um avanço para o desenvolvimento de uma medicação contra a doença.
  • Durante o trabalho, a equipe realizou experimentos simulados em um supercomputador.
  • O objetivo era entender como se comportava o vírus ao entrar em contato com a enzima conversora da angiotensina 2 (ACE2).
  • Ela atua no controle da pressão arterial e interage com a proteína Spike do vírus, que está associada à capacidade da Covid-19 entrar nas células.
  • Em outras palavras, a ACE2 é a “principal porta de entrada” do sars-cov-2 nas células humanas.
  • Os resultados foram descritos em estudo publicado na revista Antiviral Research.

covid
O peptídeo foi capaz de frear a infecção pelo vírus (Imagem: Nhemz/Shutterstock)

Composto preveniu a infecção causada pelo vírus

Durante as simulações da ligação da ACE2 com a proteína Spike, os pesquisadores descobriram na cadeia de aminoácidos “resíduos de aminoácidos críticos na entrada do vírus”. Eles então usaram estes dados para sintetizar em laboratório um “composto químico (peptídeo) que se assemelha a uma parte do próprio receptor natural (ACE2) que está presente na superfície das células humanas”.

O peptídeo sintético foi então avaliado em experimentos reais, inibindo a infecção da Covid-19 em culturas de células pulmonares humanas, protegendo camundongos suscetíveis à doença e tratando a inflamação pulmonar dos animais doentes.

O próximo passo dos cientistas é saber como se dá a dispersão do peptídeo sintético e sua duração de seus efeitos dentro do corpo. O trabalho ainda está em fase experimental e não há previsão para o início de testes em humanos.

(DA REDAÇÃO \\ Guto Gutemberg)

(INF.\FONTE: Alessandro Di Lorenzo  \\ Olhar Digital)

(FT.\CRÉD.: Xeniia X/Shutterstock \\ Divulgação)